https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/issue/feed Filosofia. Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto 2025-05-01T11:05:09+00:00 José Meirinhos filosofia.revista@letras.up.pt Open Journal Systems <p><em>Filosofia</em> é uma revista com dupla revisão anónima por pares, publicada anualmente em edições impressas e online com conteúdo integral em acesso aberto. <strong>Línguas de publicação: </strong>A revista tem caráter internacional e, por isso, publica textos nas mais importantes línguas académicas europeias (Alemão; Castelhano; Francês; Inglês; Italiano; Português). <strong>Arbitragem: </strong>A revista adota as melhores práticas de transparência e rigor na arbitragem. Todos os artigos e estudos críticos são submetidos a leitura anónima por 2 especialistas externos.</p> https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15232 Estatuto Editorial 2025-05-01T11:05:09+00:00 I F cpedro@letras.up.pt 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 I F https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15230 Normas Editoriais 2025-05-01T10:54:12+00:00 I F cpedro@letras.up.pt 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 I F https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15231 Índice Onomástico 2025-05-01T10:58:12+00:00 I F cpedro@letras.up.pt 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 I F https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15195 Eduardo Lourenço: entre poesia e filosofia 2025-04-29T14:45:57+00:00 José Francisco Meirinhos meirinhos@letras.up.pt <p>A longevidade de Eduardo Lourenço tem um paralelo fecundo na extensão e multidão de ramificações da sua obra, extensa como várias vidas. Não é exagerado descrevê-la assim, perante os 13 volumes que as suas Obras Completas já levam, recolhidas em grandes tomos antológicos publicados pela Fundação Calouste Gulbenkian desde 2011, em paralelo com os muitos volumes singulares da outra série de Obras Completas, essa publicada pela Gradiva Editores. E muito está ainda por recolher, sobretudo se pensarmos em inéditos e dispersos na imprensa, ou na miríade de entrevistas que deu. Essa obra vasta constitui um estimulante laboratório de leituras ricas e invulgares sobre tudo o que interessa à natureza humana, em particular as sempre fascinantes aventuras pela exploração de articulações entre filosofia e poesia, um diálogo que atravessa a filosofia desde as suas origens na Grécia, onde a filosofia nasceu como poesia, e que a poesia retribuiu não mais deixando de se impregnar e proliferar em inquietações filosóficas, apesar da influente diatribe política de Platão contra a poesia. Eduardo Lourenço deixou-se seduzir pelos mistérios dessa geminação e que tanto o inspirou, por isso constituindo, como se verá neste volume, uma via de acesso ao seu pensamento. Um pensamento que declinou oferecer-se em sistema, preferindo as formas do diálogo, da conferência, da interpelação, do debate, sobretudo do ensaio.</p> <p><strong>Palavras chave</strong>: Eduardo Lourenço, poesia, filosofia, ensaio</p> <p> </p> <p><strong>DOI: </strong><a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41pre">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41pre</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 José Francisco Meirinhos https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15203 Inconfidências 2025-04-30T08:48:59+00:00 Celeste Natário cpedro@letras.up.pt <p>O nosso primeiro encontro com Eduardo Lourenço aconteceu nos anos 80, por mediação de um sábio professor de Filosofia em Portugal da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Mostrando uma proposta de caracterização para a Cultura e a Filosofia em Portugal, sob o signo de uma perspetiva fundamentalmente heterodoxa, apresentou-nos, depois de breve referência a outros pensadores, o autor de <em>Heterodoxias</em>, Eduardo Lourenço. Apresentou-nos não só Lourenço <em>o filósofo</em>, mas igualmente Lourenço <em>o crítico</em>, e Lourenço <em>o pensador</em>, que, entre a cultura, a filosofia e a literatura, teve na poesia uma expressão de grande importância: o que nos leva a considerar Eduardo Lourenço um dos maiores pensadores portugueses dos séculos 20 e 21.</p> <p><strong>Palavras chave</strong>: Eduardo Lourenço, biografia, filosofia, poesia</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a1">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a1</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Celeste Natário https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15204 Eduardo Lourenço e Fernando Pessoa, o Filósofo e o Poeta 2025-04-30T09:01:49+00:00 Ana Maria de Albuquerque Binet cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>Do fascínio exercido pela obra do grande poeta Fernando Pessoa sobre o filósofo Eduardo Lourenço testemunham os numerosos livros e artigos que Eduardo Lourenço escreveu sobre ele. Se a poesia pessoana foi, com efeito, uma fonte de inspiração para a reflexão filosófica deste último, a personagem múltipla do poeta foi igualmente um objeto de curiosidade e estudo para aquele que lhe conferiu o título de “rei da nossa Baviera”: um soberano melancólico, misterioso, fugidio, escapando sempre às definições que satisfazem sobretudo aqueles que as dão.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>To the fascination exerted by the work of the great poet Fernando Pessoa on the philosopher Eduardo Lourenço bear witness the numerous books and articles that Eduardo Lourenço wrote about him. If Pessoa’s poetry was, in effect, a source of inspiration for the latter’s philosophical reflection, the poet’s multiple character was equally an object of curiosity and study for the one who gave him the title of “king of our Bavaria”: a melancholic, mysterious, elusive sovereign, always escaping the definitions that satisfy above all those who give them.</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a2">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a2</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Ana Maria de Albuquerque Binet https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15205 A imagem por Ver, ou a Identidade nacional Segundo Eduardo Lourenço 2025-04-30T09:10:16+00:00 Diogo Pires Aurélio cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>O Labirinto da Saudade «é provavelmente o livro mais conhecido de Eduardo Lourenço», como escreveu João Dionísio. A sua fama, porém, não proporcionou e até impediu uma verdadeira discussão do seu conteúdo. Este artigo pretende ser um contributo para essa discussão em falta. Apresenta uma hipótese para explicar o mito que envolveu a obra e o seu autor, procurando demonstrar que a chave dessa explicação, mais do que na história cultural portuguesa, reside sobretudo nas circunstâncias políticas da época em que foi publicada.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p><em>Saudade’s Labirinth</em> «is probably Eduardo Lourenço’s best-known book», as João Dionísio wrote. Its fame, however, did not provide and even hindered a true discussion of its content. This paper aims to be a contribution to this missing discussion. It presents a hypothesis to explain the myth that surrounded this work as well as its author, trying to demonstrate that the key to this explanation, more than in Portuguese cultural history, lies above all in Portuguese political circumstances at the time it was published.</p> <p> </p> <p><strong>DOI: </strong><a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a3">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a3</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Diogo Pires Aurélio https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15206 Eduardo Lourenço - Poesia e Filosofia 2025-04-30T09:16:39+00:00 Guilherme D'Oliveira Martins cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>Eduardo Lourenço pensa Portugal como vontade e como comunidade plural de destinos e valores, pondo em diálogo os mitos e a razão e procurando afastar a maldição do atraso. O enigma português, em suma, não pode ser respondido ou encontrado através de qualquer simplificação – ora idealista, ora sentimentalista, ora materialista. E só a heterodoxia permite entender isso.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>Eduardo Lourenço thinks about Portugal as a will and as a plural community of destinies and values, putting myths and reason into dialogue and seeking to remove the curse of backwardness. The Portuguese enigma, in short, cannot be answered or found through any simplification – sometimes idealist, sometimes sentimentalist, sometimes materialist. And only heterodoxy allows us to understand this.</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a4">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a4</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Guilherme D'Oliveira Martins https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15207 A estratégia do avesso: as relações de debilidade e força no pensamento de Eduardo Lourenço 2025-04-30T10:26:21+00:00 Roberto Vecchi cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>Os gestos teóricos de Eduardo Lourenço são discretos, mas radicais. Se considerarmos algumas das construções críticas mais obsessivas da sua obra como por exemplo o conceito de comunidade - que amplia depois a Europa e também, por uma analogia ativa, a Portugal ou a outros conjuntos problemáticos - emerge uma reflexão sobre a despontecialização do conceito de força precursora de uma ampla discussão a vir. O pensamento de Eduardo Lourenço neste sentido, pelo caso da comunidade considerado, inscreve-se num vasto debate sobre a desconstrução do poder que se aproxima muito do pensamento de filósofos contemporâneos implicados num diálogo indireto, em particular Giorgio Agamben e Jacques Derrida. Este desenvolve, ainda que indiretamente, a máxima de São Paulo de que a potência se realiza na debilidade, o que retorna em particular em Walter Benjamin na tese 2 de Sobre o conceito de história. A ideia de um im-poder constituinte como força que desestrutura leva assim a uma aproximação da imperfeição comunitária, débil e sublime de Eduardo Lourenço que desconstitui as configurações mais engessadas do poder e encontra, na complexidade de Portugal, o seu caso de estudo exemplar.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>Eduardo Lourenço’s theoretical gestures are discreet, but radical. If we consider some of the most obsessive critical constructions in his work, such as the concept of community - which he expands to Europe and also, by an active analogy, to Portugal or other problematic subjects - a reflection emerges on the de-empowerment of the concept of force, precursor to a broad international discussion. Eduardo Lourenço’s thinking in this sense, in the case of the community considered, is part of a vast debate on the deconstruction of power that is very close to the thinking of contemporary philosophers involved in an indirect dialogue, in particular Giorgio Agamben and Jacques Derrida. This develops, albeit indirectly, Saint Paul’s idea that power is realized in weakness, which returns particularly in Walter Benajmin’s thesis n.2 of “On the concept of history”. The idea of a constituent im-power as a force that disrupts structures thus leads to an approximation of the community imperfection, shaped by Eduardo Lourenço weak and sublime, that deconstitutes the most rigid configurations of power and finds its exemplary case study in the complexity of Portugal.</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a5">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a5</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Roberto Vecchi https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15208 Sensibilidade e política: um olhar poético a tudo atento 2025-04-30T10:35:09+00:00 Bruno Ribeiro Bré cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>O presente artigo procura compreender melhor o modo como as dimensões militar e civil se articulam no panorama social e político da sociedade democrática portuguesa. Cinquenta anos volvidos da transição para um sistema democrático representativo, consideramos que a reflexão em torno do aparente obstáculo epistémico e teleológico que as forças armadas podem configurar, se constitui como um elemento fundamental para a compreensão das interações entre os militares e o poder em democracia.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>The following paper seeks to better understand how the military dimension articulates with the civil dimension in the social and political scenario of Portuguese democratic society. Fifty years after the transition to a representative democratic system, we consider that the deliberation on the apparent epistemic and teleological obstacle that the armed forces can personify, constitutes a fundamental element for understanding the interactions between the military and power in democracy.</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a6">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a6</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Bruno Ribeiro Bré https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15209 A cultura na era do puro triunfo do económico: uma leitura de Eduardo Lourenço, O Esplendor do Caos 2025-04-30T10:46:25+00:00 Diana Soraia Gonçalves dos Santos cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>A mundialização, que pretende a aproximação de todos e a habitação dos não-lugares, através da vivência do espaço virtual, olvidou-se da componente espiritual, própria da interioridade, do silêncio e do tempo. Eduardo Lourenço evoca que, nesta «desertificação simbólica que a cultura de massas instituiu, uma única realidade substitui todas as outras como lugar da identificação emocional e mesmo de identidade: o da nação.» Esta identificação acontece, segundo o autor, através da cultura, por ser o domínio capaz de incutir sentidos particulares que cimentam um espírito de família. Mais indica que «o sangue desta comunicação não é outro senão a língua. E nela, e com ela, o tempo mais arcaico, quer dizer, original, de uma comunidade.» Na era do triunfo do domínio económico, onde os valores adquiriram preço, onde se encontra, ainda, a raíz cultural que continua a dar sentido à afirmação de ser português?</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>Globalization, which aims to bring everyone closer together and inhabit nonplaces through the experience of virtual space, has forgotten the spiritual component of interiority, silence, and time. Eduardo Lourenço points out that in this «symbolic desertification that mass culture has instituted, a single reality replaces all others as a place of emotional identification and even identity: the nation.» According to the author, this identification happens through culture, as it is the domain capable of instilling particular meanings that cement a family spirit. He says that «the blood of this communication is none other than language. Moreover, in it, and with it, the most archaic, that is, original, time of a community.» In the age of the triumph of economic domination, where values have acquired a price tag, where we can find the cultural root that continues to give meaning to the affirmation of being Portuguese?</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a7">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a7</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Diana Soraia Gonçalves dos Santos https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15210 Ethos da escrita: O limiar ensaístico de Eduardo Lourenço 2025-04-30T10:56:44+00:00 Hugo Monteiro cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>Esta reflexão incide sobre o pensamento de Eduardo Lourenço enquanto expressão fragmentária decorrente de um “entre”, que desde cedo se formula na sua obra como uma espécie de estado oscilatório: entre redutos disciplinares; entre estilos e convenções de escrita; entre Filosofia e Literatura. O efeito suspensivo deste “estar entre” é aqui proposto como uma das assinaturas filosóficas de Eduardo Lourenço, num estilo que, sendo irrepetível, situa o seu pensamento filosófico-literário no quadro mais vasto da contemporaneidade.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>This essay focuses on Eduardo Lourenço’s thought as a fragmentary expression resulting from an “in-between”, which is formulated early on in his work as a kind of oscillatory state: between disciplinary strongholds; between writing styles and conventions; between Philosophy and Literature. The suspensive effect of this “being between” is proposed here as one of Eduardo Lourenço’s philosophical signatures, in a style that, being unrepeatable, places his philosophical-literary thought within the broader framework of contemporaneity.</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a8">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a8</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Hugo Monteiro https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15211 A «casa de cristal». (Re)considerar Eduardo Lourenço de uma perspetiva educativa 2025-04-30T14:15:07+00:00 Hugo Monteiro cpedro@letras.up.pt Pedro Duarte cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>Em breve e passageira reflexão que toma a educação por mote, Eduardo Lourenço aborda imageticamente a escola como «casa de cristal». Na sua fragilidade, como na sua translucidez, a escola é espelho social e projeto político-cultural, cujos alicerces vivem sob achaque permanente, ao ponto de terem incorporado esse abalo na sua própria definição. Esta reflexão pretende reconsiderar a escrita de Eduardo Lourenço a partir de uma lente educativa, com os textos relativos ao chamado «tempo brasileiro» a servirem de impulso ao que poderá ser uma implícita reverberação educativa da sua voz enquanto intelectual público.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>In a brief and fleeting reflection on education, Eduardo Lourenço imagines the school as a «crystal house». In its fragility, as in its transparency, the school is a social mirror and a political-cultural project, whose foundations are under permanent shackling, to the point that they have incorporated this shackling into their very definition. This reflection aims to reconsider Eduardo Lourenço’s writing through an educational lens, with the texts relating to the so-called «Brazilian time» serving as an impetus for what may be an implicit educational reverberation of his voice as a public intellectual.</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="http://dx.doi.org/10.21747/21836892/fil41a9">http://dx.doi.org/10.21747/21836892/fil41a9</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Monteiro Hugo, Duarte Pedro https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15212 Eduardo Lourenço e Antonio Candido: diálogos sobre o sertão brasileiro 2025-04-30T14:22:29+00:00 Isabel de Almeida d'Oliveira cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>A relação entre Portugal e Brasil pode ser visualizada como um enorme labirinto que não tem solução. Seus encontros e desencontros, como culturas familiares, mas também distintas, estão marcados na história. Porém, é certo que a língua portuguesa nos une, pois esta é a marca da lusofonia, a qual envolve um imaginário cultural. Tal ideia não poderia passar despercebida pela literatura de ambas as nações. Desse modo, encontramos um ponto de contato para nos guiar diante desse labirinto: Eduardo Lourenço. A partir dos ensaios do crítico português, conseguimos perceber que o imaginário lusófono está sim presente na formação da literatura brasileira. Assim, nosso imaginário nos leva à lusofonia, não só como falantes da mesma língua, mas principalmente como expressão da imagem mítica que nos envolve. Portanto, faz-se imperativo compreender como Eduardo Lourenço, apesar de ter vivido pouco tempo no Brasil, foi capaz de ter uma percepção muito singular e certamente próxima a um dos maiores críticos brasileiro, Antonio Candido, a respeito da literatura brasileira e seus desdobramentos sociais. Neste estudo, então, temos como objetivo central evidenciar o liame entre os críticos acerca da literatura brasileira do século XX, a partir dos ensaios lourencianos «Aquilino e Guimarães Rosa», «Guimarães Rosa ou o terceiro sertão» e «Os sertões de Portugal», tomando como centro das discussões a representação do <em>sertão</em> e do <em>sertanejo</em> como particularidade brasileira, mas que acende ao âmbito universal.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>The relationship between Portugal and Brazil can be seen as a huge labyrinth that has no solution. Their encounters and disagreements, as familiar but also distinct cultures, are marked in history. However, it is certain that the Portuguese language unites us, as this is the mark of lusophony, which involves a cultural imaginary. Such an idea could not go unnoticed in the literature of both nations. In this way, we found a point of contact to guide us through this maze: Eduardo Lourenço. From the Portuguese critic’s essays, we can see that the lusophone imaginary is indeed present in the formation of Brazilian literature. Thus, our imagination takes us to lusophony, not only as speakers of the same language, but mainly as an expression of the mythical image that surrounds us. Therefore, it is imperative to understand how Eduardo Lourenço, despite having lived for a short time in Brazil, was able to have a very unique perception and certainly close to one of the greatest Brazilian critics, Antonio Candido, regarding Brazilian literature and its social developments. In this study, then, our central objective is to highlight the bond between critics regarding Brazilian literature of the 20th century, based on the Lorenço essays “Aquilino e Guimarães Rosa”, “Guimarães Rosa ou o terceiro sertão” and “Os sertões de Portugal”, taking as the center of discussions the representation of the sertão and country people as a Brazilian particularity, but which touches on the universal scope.</p> <p> </p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Isabel de Almeida d'Oliveira https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15213 Pode a prosa ser poética? Uma leitura a partir de Tempo e Poesia 2025-04-30T14:29:32+00:00 João P. Silva cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>A poesia só poderá ser compreendida, segundo Eduardo Lourenço, a partir da poesia. Por isso, Lourenço encetou uma crítica ensaística da poesia que não fosse a emissão de um mero juízo de valor sobre a obra e o poeta, mas que comportasse, também, a matéria do próprio poema. Para esse fim, problematizou metafisicamente a poesia como contributo ao entendimento do Homem. Contrapondo o poético ao prosaico, concebeu a poesia como a linguagem mais adequada à nomeação da realidade humana, considerando que o Homem não pode ser um objeto de conhecimento para si como os demais. Isto deve-se a um «silêncio», uma «impronunciabilidade» da sua condição, a qual não pode ser dita sem o risco de ser condicionada ou reduzida ontologicamente. Se a poesia é a linguagem mais adequada a essa nomeação, por ser figurativa e latente, a prosa não o é, na medida em que descreve e é patente. Todavia, poesia e prosa são dois aspectos da linguagem e, Lourenço, ao tencionar conceber ensaios, nas suas palavras, de «poética-crítica» ou «crítica-poética» admitirá a possibilidade de a prosa ser poética? Procuraremos, aqui, responder a esta questão, a partir da leitura de um conjunto de ensaios coligidos em <em>Tempo e Poesia</em>, onde Lourenço pensa e distingue os conceitos de poesia e de prosa. Iniciaremos com o entendimento de poesia para Eduardo Lourenço, distinguindo, em seguida, o poético do prosaico, para analisarmos a noção de «críticapoética» e concluirmos com uma apreciação de «prosa poética».</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>According to Eduardo Lourenço, poetry can only be understood from poetry. For this reason, Lourenço embarked on an essayistic critique of poetry that did not merely express a judgement on both the work and the poet, but which also included the subject of the poem itself. To this end, he metaphysically problematised poetry as a means of understanding man. Contrasting the poetic with the prosaic, he conceived poetry as the most suitable language for naming human reality, considering that Man cannot be an object of knowledge for himself like others. This is due to a «silence», an «unpronounceability» of his condition, which cannot be spoken without the risk of being ontologically conditioned or reduced. If poetry is the language best suited to this naming, as it is figurative and latent, prose is not, as it describes and is patent. However, poetry and prose are two facets of language and, when Lourenço intends to conceive essays, in his own words, of «critical-poetry» or «poetical-critique», does he admit the possibility of prose being poetic? We will try to answer this question by reading a series of essays collected in Tempo e Poesia, in which Lourenço reflects on and distinguishes between the concepts of poetry and prose. We will begin with Eduardo Lourenço’s understanding of poetry, then distinguishing the poetic from the prosaic, in order to analyse the notion of «poetical-critique» and conclude with an appraisal of «poetic prose».</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a11">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a11</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 João P. Silva https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15214 A poética filosófica do ensaísmo de Eduardo Lourenço 2025-04-30T14:41:34+00:00 José Eduardo Reis cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>«Só a palavra poética é libertação do mundo» (2016: III,74) escreve Eduardo Lourenço em Tempo e Poesia, um dos seus ensaios mais icónicos, datado de 1959, entre os muitos que compôs sobre poesia e poetas portugueses – e que foram reunidos no espesso terceiro volume das suas obras completas. A perscrutação que Eduardo Lourenço empreende do pensamento poético desestabilizador de Pessoa – e.g. Pessoa Revisitado (1973) – e de autores laicos existencialistas – e.g. Situação do Existencialismo (1954) e A Dialéctica Trágica de Camus (1967) – e, sobretudo, da radicalidade filosófica do pensamento cristão de Kierkegaard – Sören Kierkegaard, Espião de Deus (1967) – encaminharam-no para uma estratégia de escrita predominantemente ensaística, para esse «lugar de interpelação pura sem resposta à vista» (I, 380), para esse recurso «em letra de forma», que ele desde cedo cultivou para responder e acudir a «tempos calamitosos, como os de Montaigne, precisamente em que duas ordens de certezas opostas e igualmente impessoais exigiam o sacrifício do intelecto e da vontade». Nestes nossos tempos em que persistem e se avolumam marcas de vária calamidade, regressar à hermenêutica poética de Eduardo Lourenço é, mais que uma tarefa intelectualmente urgente, uma experiência de «beleza e consolação» – para resgatarmos o título prestigioso de uma série de entrevistas televisivas a intelectuais que se destacaram na segunda metade do século XX. Na vasta reflexão de Eduardo Lourenço procuraremos realçar na nossa comunicação passagens representativas e decisivas sobre a sua conceção redentora e libertadora do pensar poético em língua portuguesa.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>«Only the poetic word liberates the world» (2016: III, 74), states Eduardo Lourenço in <em>Time and Poetry</em>, one of his most famous essays, dated 1959, among the many he wrote about poetry and Portuguese poets. Eduardo Lourenço’s examination both of Fernando Pessoa’s destabilising poetic thought – e.g. <em>Pessoa Revisited</em> (1973) – and lay existentialist authors – e.g. <em>Situation of Existentialism</em> (1954) <em>Camus’s Tragic Dialecics</em> (1967), <em>Sören Kierkegaard, God’s Spy</em> (1967) – led him towards a predominantly essayistic writing strategy, towards a place of pure interpellation developed from an early age to respond to «calamitous times, like those of Montaigne, precisely in which two orders of opposing and equally impersonal certainties demanded the sacrifice of intellect and will». <br />In today’s times, when marks of many tragedies persist and expand, to revisit Eduardo Lourenço’s poetic hermeneutics is not only intellectually urgent, it is an experience of «beauty and consolation» to resort to the renowned title of a series of television interviews with notable thinkers from the second part of the twentieth century.<br />In our essay, we will highlight passages from Eduardo Lourenço’s extensive political and aesthetic reflections on his redemptive and liberating idea of poetry written in the Portuguese language.</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a12">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a12</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 José Eduardo Reis https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15215 Migdar ou o espírito de heterodoxia no pensamento ecológico contemporâneo 2025-04-30T14:48:19+00:00 Luís Carlos Vicente Ramos cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>Neste artigo pretendeu-se encontrar o fio condutor da temática ecológica no pensamento de Eduardo Loureço. Concluiu-se que a relação entre o ser humano e a Natureza é um ponto onde convergem muitos dos seus textos, tais como os de maior relevo, entrevistas, discursos, autobiográficos, mas sobretudo aqueles em que o filósofo analisa a poesia e as obras dos poetas. Por fim, encontrámos no conceito de heterodoxia o enquadramento no qual melhor se articulam as ideias recolhidas nesses textos.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>In this article we intended to find the guiding thread of the ecological theme in Eduardo Loureço’s thinking. It was concluded that the relationship between the human being and Nature is a point where many of his texts converge, such as the most important ones, interviews, speeches, autobiographical, but especially those in which the philosopher analyzes the poetry and works of poets. Finally, we found in the concept of heterodoxy the framework in which the ideas collected in these texts are best articulated.</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a13">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a13</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Luís Carlos Vicente Ramos https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15216 O labirinto da saudade desde fora e depois 2025-04-30T14:59:24+00:00 Luís Modesto García Soto cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>O nosso propósito é analisar e interpretar <em>O labirinto da saudade</em> com a perspetiva dos anos, desde 1982, e com um olhar forâneo, desde fora de Portugal. Pela nossa parte, ressaltamos o fio condutor e aspetos essenciais da reflexão, e crítica, que Eduardo Lourenço realiza da mentalidade dos portugueses ao pensar o seu país na história e até as últimas décadas do século XX. O tema central é a revisão da imagem de Portugal, as conceções fornecidas pela literatura, dominantes na cultura política, usadas pelas elites e partilhadas pelo povo. Lourenço assinala quatro formulações matriciais, provenientes de Camões, Eça, Pascoaes e Pessoa, que depois no seu uso político e cultural, no pensamento das elites e o imaginário popular, se caraterizarão pela hipérbole e o irrealismo. De aí, dificuldades, distorções e incapacidades para perceber a história e o presente, diagnosticar os problemas, promover soluções e desenvolver cursos de ações eficazes e construtores. Lourenço faz estas reflexões, sobre Portugal, no quadro de uma análise e crítica gerais da cultura ocidental contemporânea, como também ressaltamos na nossa leitura, salientando a sua pertinência e atualidade.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>In this text, my aim is to analyse and interpret <em>O labirinto da saudade</em> from the perspective of the years since 1982, and with a distant gaze from outside Portugal. In my reading, I emphasise the main thread and essential aspects of Eduardo Lourenço’s critical reflection on the mentality of the Portuguese when thinking about their country in history and up until the last decades of the 20th century. The central theme is the revision of the image of Portugal, the conceptions provided by literature, dominant in political culture, used by the elites and shared by the people. Lourenço points to four key formulations, from Camões, Eça, Pascoaes and Pessoa, which later in their political and cultural use, in the thinking of the elites and in the popular imagination, are characterised by hyperbole and unrealism. Hence the difficulties, distortions, and inability to understand history and the present, diagnose problems, promote solutions, and develop effective and constructive courses of action. Lourenço makes these reflections on Portugal within the framework of a general analysis and critique of contemporary Western culture, as I have also highlighted in my reading, emphasising their relevance and topicality.</p> <p> </p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Luís Modesto García Soto https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15217 Eduardo Lourenço: mistério e crítica, o sortilégio da escrita 2025-04-30T15:08:33+00:00 Luísa Borges cpedro@letras.up.pt Joaquim Pinto cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>Este artigo discorre acerca da escrita ensaística de Eduardo Lourenço considerando-a como um ponto de viragem na ensaística portuguesa e europeia. Partindo das reservas críticas de Eduardo Lourenço, ao movimento da Filosofia Portuguesa, refletimos acerca da sua reflexão Metafísica desdobrada em dois planos: a materialidade física do seu discurso enquanto crítica e metacrítica; e o seu <em>objeto</em>, consubstanciado numa reflexão constante sobre o Tempo ou a temporalidade. Consideraremos, assim, como a dimensão poético-filosófica do pensamento de Eduardo Lourenço radica, ontologicamente, numa meta-crítica que é, no limite uma anti-teoria da literatura, na medida em que essa é uma exigência requerida pelos próprios objetos ou pelos textos poéticos.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>This article discusses Eduardo Lourenço’s essay writing, considering it a turning point in Portuguese and European essay writing. Starting from Eduardo Lourenço’s critical reservations regarding the Portuguese Philosophy movement, we reflect on his Metaphysical reflection unfolded on two levels: the physical materiality of his discourse as criticism and metacriticism; and its object, embodied in a constant reflection on Time or temporality. We will therefore consider how the poetic-philosophical dimension of Eduardo Lourenço’s thought is rooted, ontologically, in a meta-criticism that is, in the limit, an anti-theory of literature, insofar as this is required by the objects themselves or by poetic texts.</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a15">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a15</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Luísa Borges, Joaquim Pinto https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15218 Eduardo Lourenço: a «coincidência dos opostos» e a «figura» do oxímoro 2025-04-30T15:17:36+00:00 Maria Luísa Malato Borralho cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p><em>O Esplendor do Caos</em> é um livro de Eduardo Lourenço que tem, desde logo no título, a expressão de um pensamento dialético. Todavia, não nos propõe um diálogo entre formas sucessivas de ortodoxia e heterodoxia, tese e antítese, regra e transgressão: antes a permanente e contemporânea tensão entre o Caos e a Ordem, valorizando o autor tanto o esplendor do Caos como a proporção da Ordem. Reúne ensaios dispersos por quase uma década e aproxima-se de livros colocados sobre idêntica desorganização (como <em>Ocasionais</em>, de 1984, ou <em>Destroços</em>, de 2004), mas pouco tem de ocasional ou disperso. Foi publicado em 1998, 500 anos depois da chegada de Vasco da Gama à Índia. Porém, parece propor-nos como modelo uma viagem sem rumo, uma aventura sem outra origem remota que não seja a própria aventura, ainda quando a finalidade é um <em>imperium</em>. É o caos ainda lugar de criação? O que é o esplendor do caos? Mera justaposição? Acaso significativo? Talvez Eduardo Lourenço nos perturbe por causa deste vasto oxímoro.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p><em>O Esplendor do Caos</em> is a paradigmatical book of Eduardo Lourenço that proposes us, right from the title, the expression of a dialectical thought. However, it does not propose us a dialogue between successive forms of orthodoxy and heterodoxy, thesis and antithesis, rule and transgression: rather the permanent and necessary tension between Chaos and Order, the author seems to value both the Splendor of Chaos and the Proportion of Order. It brings together essays scattered over almost a decade (like <em>Ocasionais</em>, in 1984, or <em>Destroços</em>, in 2004), but there’s little that’s occasional or scattered about it. It was published in 1998, 500 years after Vasco da Gama’s arrival in India. And yet we seem to be proposing an aimless journey as a model, an adventure with no origin other than the inorganic itself, even if the purpose is the <em>imperium</em>. Is Chaos still a place of creation? What is the Splendor of Chaos? Mere juxtaposition? Significant chance? Perhaps Eduardo Lourenço disturbs us because of this amplified oxymoron.</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a16">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a16</a></p> <p> </p> <p> </p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Maria Luísa Malato Borralho https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15224 O jovem Eduardo Lourenço 2025-04-30T19:12:27+00:00 Miguel Real cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>Quando Eduardo Lourenço lançou o seu primeiro livro de filosofia em 1949, <em>Heterodoxia</em>, dominava o universo filosófico e literário português uma constelação de nove pontas contra a qual se afirma: a afirmação neorrealista; a filosofia marxista de Bento de Jesus Caraça e Vasco de Magalhães-Vilhena; o conceito de Razão de António Sérgio; a afirmação do Movimento da Filosofia Portuguesa de Álvaro Ribeiro e José Marinho; o legado histórico ainda muito vivo da revista <em>presença</em>; a afirmação do surrrealismo; a ainda afirmação da Águia (III Série) e a questão da teoria da saudade de Teixeira de Pascoaes; a afirmação da política glorificante da política do Estado Novo; a novidade europeia do Existencialismo.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>When Eduardo Lourenço released his first philosophy book in 1949, <em>Heterodoxy</em>, a ninepointed constellation dominated the Portuguese philosophical and literary universe against which he asserted: the neorealist affirmation; the Marxist philosophy of Bento de Jesus Caraça and Vasco de Magalhães-Vilhena; the concept of Reason by António Sérgio; the affirmation of the Portuguese Philosophy Movement by Álvaro Ribeiro and José Marinho; the still very much alive historical legacy of the <em>Presence</em> magazine; the affirmation of surrealism; the further affirmation of the Eagle (III Series) and the question of Teixeira de Pascoaes’ theory of saudade; the affirmation of the glorifying policy of Estado Novo policy; the European novelty of Existentialism.</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a17">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a17</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Miguel Real https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15225 Aproximação ao quase conceito de Heterodoxia 2025-04-30T19:21:24+00:00 Rui Lopo cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>Este estudo procura resumir a proposta de Eduardo Lourenço de conceptualização da <em>Heterodoxia</em> em vários momentos, primeiro como alternativa às ortodoxias, depois como espírito ou atitude de fuga, suplementação ou detecção de elementos totalizantes ou cristalizantes no pensamento filosófico, cultural e ideológico. Neste sentido a operação dialéctica é assumida como jogo de contradições sem solubilidade, apontando a uma atitude trágica. O <em>ensaio</em>, desde Montaigne, seria a forma literária mais apta a dar conta da pluralidade do real e da cultura, irredutível a qualquer totalidade ou unificação. Procura-se ainda inserir o autor na história dos posicionamentos portugueses quanto ao ensaio, deixando em aberto a inscrição do autor na história das noções de crítica como continuadora do texto literária e/ou partícipe da hermenêutica filosófica.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>This study seeks to summarize Eduardo Lourenço’s conceptualization of <em>Heterodoxy</em> at various moments: first as any alternative to orthodoxies, then as a spirit or attitude of evasion, then as a supplementation and a process of detecting totalizing or crystallizing elements in philosophical, cultural and ideological thought. Accordingly, dialectics is assumed as a display of contradictions without solubility, pointing to a tragic attitude. For Lourenço, the <em>essay</em>, following Montaigne, is the literary form best suited to deal with the plurality of reality and culture, irreducible to any form of totality or unification. I suggest the need to include Lourenço’s <em>heterodoxy</em> in the history of Portuguese perspectives about the <em>essay</em> as an historical and literary <em>genre</em>. Further exploration would be necessary to place this notion in the history of criticism as an extension of the literary text or as a form of applying philosophical hermeneutics.</p> <p> </p> <p><strong>DOI: </strong><a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a18">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a18</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Rui Lopo https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15226 Resgate e Triangulação: Eduardo Lourenço lê Pascoaes e Pessoa 2025-04-30T20:47:23+00:00 Rui Miguel Mesquita cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>No seu ensaio “Da Literatura como Interpretação de Portugal”, Eduardo Lourenço procede a uma reinterpretação da história da literatura portuguesa nos dois últimos séculos. Essa reinterpretação assenta na valorização da ideia de Portugal enquanto tema literário dominante. Este “tema nacional” foi sumamente explorado por Fernando Pessoa, o que lhe confere não só um carácter único no modernismo literário, mas também um papel definidor na história da literatura moderna portuguesa. No entanto, tal exploração não teria sido possível sem a experiência poética prévia de Teixeira de Pascoaes, particularmente na elevação dessa experiência acima dos condicionalismos históricos. O presente ensaio pretende abordar alguns dos aspectos pelos quais o exemplo de Pascoaes prenuncia a obra de Pessoa e também a própria interpretação de Eduardo Lourenço, ao mesmo tempo que constitui uma possibilidade ainda por cumprir no âmbito da cultura portuguesa.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>In his essay “On Literature as an Interpretation of Portugal”, Eduardo Lourenço reinterprets the history of Portuguese literature in the last two centuries. This reinterpretation is based on the revaluation of the idea of Portugal as a dominant literary theme. This “national theme” was most thoroughly explored by Fernando Pessoa, giving him not only a unique character in literary modernism, but also a defining role in the history of modern Portuguese literature. However, such exploration would not have been possible without Teixeira de Pascoaes’ previous poetic experience, particularly through its elevation of this poetic experience above any kind of historical constraints. This essay aims to address some of the aspects by which Pascoaes’ example foreshadows Pessoa’s work and Eduardo Lourenço’s own interpretation as well, at the same time it constitutes a possibility that is yet to be fulfilled within the scope of Portuguese culture.</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a19">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a19</a></p> <p> </p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Rui Miguel Mesquita https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15229 Pessoa e a cultura da Mitteleuropa – a partir do olhar de Eduardo Lourenço 2025-05-01T10:46:46+00:00 Sílvia Bento cpedro@letras.up.pt <p><strong>PT</strong></p> <p>Uma das singularidades da leitura de Fernando Pessoa desenvolvida por Eduardo Lourenço consiste na apreciação atenta de uma certa afinidade (parcamente identificada pela crítica) entre aspectos da obra do poeta português e a cultura centro-europeia. Rejeitando a imagem reiterada de Pessoa enquanto poeta de formação quase exclusivamente inglesa ou anglo-saxónica (tendo Shakespeare, Milton e Whitman como mestres), Lourenço procurou sublinhar a estranha presença da figura de Luís II da Baviera, <em>Rei-Virgem, Rei-Sombra, Rei-Sonho</em> no imaginário pessoano, designadamente no âmbito do poema em prosa de recorte pós-simbolista «Marcha fúnebre para o rei Luís Segundo da Baviera», integrado em <em>O Livro do Desassossego</em>. A dedicação de Lourenço à evocação de Luís II da Baviera (mito pessoalíssimo de Fernando Pessoa, sem expressão no contexto da cultura portuguesa) constitui a possibilidade de elaboração de uma teoria em torno da relevância da figura do monarca centro-europeu, rei louco apaixonado da música de Wagner, que se sonhava a si mesmo Lohengrin ou Parsifal, no âmago do pensamento poético de Pessoa, especialmente no que concerne às temáticas do “não-amor”, do “apelo do nada” e do “desejo de morte”, que aqui analisaremos como expressões de uma existência pura e eminentemente poética, ou, se quisermos, uma existência estética, exclusivamente estética, tal como desenhada pela filosofia pessimista de Schopenhauer. Os ensaios de Eduardo Lourenço «Dois príncipes da melancolia: Fernando Pessoa e Luís da Baviera» e «Fernando Pessoa ou o não-amor» serão os nossos principais objectos de leitura e comentário; seguidamente, procuraremos, por nossa conta e risco, convocar o conto <em>Tristan</em> de Thomas Mann como elemento de conclusão do nosso breve estudo.</p> <p><strong>EN</strong></p> <p>One of the singularities of Eduardo Lourenço’s reading of Fernando Pessoa is his careful appreciation of a certain affinity (rarely identified by critics) between aspects of the Portuguese poet’s oeuvre and Central European culture. Rejecting the repeated image of Pessoa as a poet with an almost exclusively English or Anglo-Saxon background (with Shakespeare, Milton and Whitman as his masters), Lourenço emphasises the strange presence of the figure of Louis II of Bavaria, <em>Rei-Virgem, Rei-Sombra, Rei-Sonho</em> in Pessoa’s imagination, namely in the post-symbolist prose poem «Marcha fúnebre para o rei Luís Segundo da Baviera», included in <em>O Livro do Desassossego</em>. Lourenço’s evocation of Louis II of Bavaria (a very personal myth of Fernando Pessoa’s, and almost completely absent from Portuguese culture) constitutes the possibility of elaborating a theory about the relevance of the Central European monarch, a mad king in love with Wagner’s music, who dreamt himself Lohengrin or Parsifal, at the heart of Pessoa’s poetic thought, especially with regard to the notions of ‘non-love’, the ‘call of nothingness’ and the ‘desire for death’, which we analyse here as expressions of a pure and eminently poetic existence, or, in other words, an aesthetic existence, exclusively aesthetic, as defined by Schopenhauer’s pessimistic philosophy. Eduardo Lourenço’s essays «Dois príncipes da melancolia: Fernando Pessoa e Luís da Baviera» and «Fernando Pessoa ou o não-amor» are the main objects of our reading, followed by Thomas Mann’s short story <em>Tristan</em> as a conclusion to our brief study.</p> <p> </p> <p><strong>DOI:</strong> <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a20">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41a20</a></p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Sílvia Bento https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15193 Volume Completo 2025-04-29T13:37:49+00:00 I F cpedro@letras.up.pt <p>DOI: <a href="https://doi.org/10.21747/21836892/fil41">https://doi.org/10.21747/21836892/fil41</a></p> <p> </p> <p> </p> 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 Celeste Maria Lourenço da Silva de Oliveira Pedro https://ojs.letras.up.pt/index.php/filosofia/article/view/15194 Folha de rosto | Ficha Técnica | Índice 2025-04-29T13:43:17+00:00 I F cpedro@letras.up.pt 2025-04-25T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2025 I F