Valores e usos do diminutivo -inho no Português Europeu e no Português do Brasil
Resumo
Neste estudo propomo-nos revisitar algumas das dimensões essenciais do sufixo -inho em Português, seja no Português Europeu, seja no Português do Brasil, e analisar algumas das
descrições que delas têm sido feitas, em vista a uma clarificação (i) do valor sistémico de -inho
no conjunto de sufixos da língua portuguesa, e (ii) dos valores de uso que admite, em função de
diversas variáveis, tais como: a natureza da base a que se conecta, a entoação e a intensidade
elocutiva com que é usado, a intencionalidade ilocutória do falante, o valor avaliativo a ser
transmitido, o registo formal, informal, irónico da mensagem e (d)o contexto situacional em
que é usado.
Importa diferenciar os valores sistémicos do sufixo dos valores que o derivado em que
ocorre veicula, por força das características do texto e da situação linguística em que -inho é
usado. Num texto produzido em registo irónico ou sarcástico, toda a mensagem é permeada
por estes valores, mas não se pode afirmar que o valor sistémico do sufixo seja o de ironia ou
o de sarcasmo, classes que não configuram qualquer paradigma derivacional do português.
Assim, além de facultar uma categorização que se deseja clara dos valores semânticopragmáticos
associados ao uso deste sufixo, reanalisando alguns mitos que perduram
em algumas das suas descrições, preside também à elaboração deste texto uma intenção
pedagógica: a de facultar a aprendentes de PL2 uma panorâmica dos valores e usos do sufixo
diminutivo -inho, em Português Europeu e do Brasil, que lhes permita usar eficazmente o
sufixo, na sua interação com falantes nativos.
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