Interseccionalidade
conceito e crítica do conceito
Resumo
Neste texto escrutina-se a génese do conceito de interseccionalidade, cunhado por Kimberlé Crenshaw no ano de 1991, evidenciando as condições sociais, teóricas e institucionais da sua invenção, a que não é alheio o duplo pertencimento da autora como académica (jurista) e ativista afroamericana pelos direitos das mulheres negras. Em seguida, apresentam-se dois tipos de interseccionalidade: uma, avant la lettre (tipo 1), mais abstrata e geral, de cariz sistémico e estrutural, onde cabem, entre outras, as teorias societais de Pierre Bourdieu e Karl Marx. Outra, mais rente ao chão fenomenológico da experiência (tipo 2), cujo ponto de partida é desenhado precisamente por Crenshaw.
Submete-se o conceito a uma crítica holística e materialista, associada à ideia de Nancy Fraser sobre o capitalismo como ordem social institucionalizada, realçando as potencialidades da interseccionalidade, em particular nas atualizações que Crenshaw foi incorporando, mas também os riscos, teóricos e cívicos, de atomização, diferencialismo e apropriação identitária individualista. Sugere-se, finalmente, o cruzamento entre o tipo 1 e 2 de interseccionalidade.
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