NOTAS DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA BIOBIBLIOGRAFIA

desvelando velhos edifícios e arquitetando novos horizontes

Resumo

O trabalho busca aprofundar a pesquisa crítica epistemológico-histórica em biobibliografia, que ainda carece de maiores investiduras no debate informacional contemporâneo. Explorar e evidenciar uma história da biobibliografia, a partir da materialidade documental dessas fontes. Descrever os solos epistêmicos bibliográficos e documentalistas em que se sustenta a biobibliografia. Apontar seus efeitos sócio-políticos e refletir sobre as potências do trabalho biobibliográfico no contemporâneo. Trata-se de pesquisa crítica epistemológico-histórica a partir de uma seleção e exploração de documentos classificados como bibliográficos entre os séculos XV e XX. Utiliza-se elementos e noções dos procedimentos arqueológico-discursivos de Michel Foucault. Inspeciona algumas obras reconhecidas como biobibliográficas e busca descrever as formações discursivas entre esses diferentes artefatos. Propõe, de forma experimental, que a biobibliografia tenha funcionado historicamente, no período estudado, a partir de três noções epistêmicas distintas, a seleção, a referência e a medição. A partir dos artefatos apresentados, da descrição dos funcionamentos históricos do discurso biobibliográficos, assenta-se perspectivas de caráter crítico para o exercício biobibliográfico. A biobibliografia é produto da ação de representação e organização de pessoas em uma cultura bibliográfica moderna de racionalização do mundo, apesar de sua formação histórico-epistêmica ser de cunho positivista e hegemônica, ela, a biobibliografia, pode ser investida de um caráter crítico para representatividade de grupos subalternizados.