Jazz-Off. A revolução de Jorge Lima Barreto
Resumo
25 de Abril de 1974 é o dia que ficou marcado como o da revolução em Portugal, mas toda a década de 1970 transporta o sentimento revolucionário. Esta constatação pode ser feita numa análise às diversas formas de expressão literária ou artística da década onde os discursos e temáticas espelham o sentimento dos autores e consequentemente da época. Jorge Lima Barreto destaca-se neste contexto, para além do discurso fortemente revolucionário, torna-se um dos maiores responsáveis pela introdução do Jazz em Portugal, e apresenta-o como estética de revolução, nascida das raízes africanas dos escravos americanos e apresentada ruidosamente como oposição ao colonialismo do regime. Lima Barreto cria uma estética de Jazz Conceptual, devidamente sustentada pela sua análise teórica e implementação prática num projeto denominado de Anar(quista) Band. A instrumentação vanguardista (com sintetizadores, registos concretos e pianos preparados) aliada a técnicas de composição indeterminísticas do minimalismo da Escola de Nova Yorque, a utilização dos processos orientais do budismo zen ou das viagens do psicadelismo americano, o registo áudio em lançamentos de edição bastante zelosa e o registo notacional com qualidades estéticas plásticas muito para além das notacionais; todas estas características tornam o trabalho de Jorge Lima Barreto nesta década fundamental para a compreensão da produção de estéticas experimentais de Portugal pós 25 de Abril.
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