Heidegger’s History of Being and the Phenomenology of ‘Other’ Cultural Traditions
Resumo
O afastamento de Heidegger relativamente ao seu projeto de analítica do Dasein em Ser e Tempo, para o centramento no Ser, no período médio da sua obra, permite que o Ser se manifeste ou clarifique na sua diversidade. Nos anos posteriores, Heidegger afirmará que o Ser reside na abertura, luminosidade ou clareira (Lichtung) e determina a verdade dos seres. Para Heidegger, é na interação revelação-remoção de Ser que as pessoas históricas vêm e fundamentam a sua própria história cultural. Neste estudo, pretendo argumentar que o pensamento de Heidegger sobre a história do Ser é útil para estabelecer o terreno fenomenológico para uma defesa filosófica de “outras” tradições culturais no contexto da sua crescente questionabilidade na fase planetária da compreensão ocidental do Ser. Assim, evidencio a tentativa de Heidegger de ultrapassar a ontoteologia e o que, segundo Heidegger, acontece com a história da ontologia na metafísica ocidental com o significado específico de Ser que herdou desde Platão. Destruktion da história do Ser devém um processo implacável e permanente nos escritos de Heidegger. Começa a desenvolver-se muito antes de Ser e Tempo, na década de 1920, como uma abordagem ferozmente crítica à tradição filosófica ocidental. A segunda secção do estudo discute a viragem de Heidegger (die Kehre) para a história de Ser. É através da história do Ser que Heidegger tenta superar a história da ontologia ocidental. Heidegger defende que a história do Ser revela a verdade do Ser de uma forma particular para as pessoas históricas em cada época da metafísica. Portanto, não há uma revelação única do ser, de uma vez para sempre. Esta é uma noção importante que pretendo enfatizar em apoio da minha conceção de “outras tradições culturais”. A terceira secção é sobre a história do Ser dos gregos e dos modernos tardios. Embora Heidegger enfatize seis épocas
metafísicas, escolhi duas importantes para esta análise: a compreensão original grega de Ser ou Phusis e a compreensão tecnológica moderna tardia de Ser ou Gestell (enframing [emolduramento / com-posição]) como Heidegger a vê do ponto de vista da história do Ser. Na secção final defendo que o ataque de Heidegger a uma
história da filosofia reificada e unificada e a sua ênfase numa história diferenciada do Ser abre caminho para a minha tentativa de elaborar uma fenomenologia de outras
tradições culturais.
Palavras-chave: Ontoteologia; Historicidade; Outro; Tradição; die Kehre.
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