A composição da linguagem mental na evolução da noção de conceito em Guilherme de Ockham
Resumo
A teoria da linguagem mental de Guilherme de Ockham é entendida na literatura secundária como a crença de que as nossas representações mentais são estruturadas de forma linguística. Os elementos da linguagem mental podem ser combinados e formar complexos maiores, assim como na linguagem ordinária as palavras podem se combinar entre si para formar frases complexas. A dinâmica desses elementos da linguagem mental é dada através da formação e sucessão de atos cognitivos. As unidades fundamentais da linguagem mental são os conceitos que recebem funções linguísticas e referenciais e, ao mesmo tempo, são os próprios atos cognitivos através dos quais a cognição objetos extramentais ocorre. Neste trabalho propomos investigar os elementos que compõem a linguagem mental de Ockham considerando a evolução da sua noção de conceito ao longo de sua obra. Como é bem sabido, inicialmente os conceitos eram concebidos como fictum e tomados como puramente objetivos. Já na sua teoria madura, os conceitos eram considerados como os próprios atos intelectivos. A principal motivação para a adoção da teoria do ato em detrimento do ficta foi a de economia ontológica. Ockham acreditava que não era necessário postular uma terceira unidade para uma operação intelectual que podia ser realizada com menos elementos. Por sua vez, o conceito como ato mental cumpre todas as funções necessárias para explicar a cognição sem que seja necessário postular um intermediário entre o agente cognoscente e o objeto conhecido, um objetivo caro para o nominalismo ockhamiano. Assim, nosso objetivo é analisar como os elementos da linguagem mental se transformam para acomodar a transição do conceito como fictum para o conceito como ato intelectivo.
Palavras-chave: conceitos; linguagem mental; fictum; atos mentais; Ockham.
DOI: https://doi.org/10.21747/21836884/med41a19
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