Alfonso Briceño O.F.M. (1587–1668) e a sua Controvérsia sobre a visão de Deus: notas sobre a renovação do debate acerca da cognição intuitiva e da cognição abstrativa no scotismo do século XVII
Resumo
Alfonso Briceño O.F.M. (1587–1668), nascido em Santiago do Chile, foi um dos grandes autores da escolástica colonial latino-americana. Dentre as suas doze Controversiae (publicadas em Madri, em 1639-1642, em dois volumes), a Controversia 9 se destaca por sua extensão e por seu enfoque em assuntos epistemológicos – de resto, Briceño em sua obra discute, acima de tudo, os fundamentos metafísicos da doutrina de Deus e da Trindade. Tem-se na Controversia 9 um tipo de Tractatus de visione Dei. O seu propósito é explicitar a possibilidade cognitiva e a natureza da cognição de Deus, e essa é, com efeito, entendida como “visio Dei”. Justamente aqui, Briceño recupera e propõe a sua própria versão do debate central no scotismo acerca da diferença entre notitia intuitiva e notitia abstractiva. Neste breve estudo, pretende-se caracterizar o “tratado” sobre a visão de Deus, os termos da distinção entre cognição intuitiva e cognição abstrativa e, em especial, a forma como Briceño discorre sobre um ponto central: a perfeição e a imediaticidade da cognição intuitiva, que só podem ser entendidas a partir do debate sobre a(s) species que parecem compor os atos cognitivos humanos.
Palavras-chave: João Duns Scotus; Alfonso Briceño; cognição intuitiva; cognição abstrativa; visão de Deus.
DOI: https://doi.org/10.21747/21836884/med41a31
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