Associativismo sino-moçambicano e o caso do Wushu: história, atualidade e perspetivas

Autores

  • Laura António Nhaueleque
  • Luca Bussotti

Resumo

A presença chinesa em Moçambique data dos meados do século XIX, quando um primeiro grupo de 30 artesãos provenientes de Cantão foram contratados a pedido do então Governador-geral português. Esta comunidade cresceu constantemente na época colonial, originando um movimento associativo, cultural e desportivo que teve como seu ponto culminante o básquete
na Beira, com o Atlético Chinês, e uma primeira difusão do Wushu. Depois da independência, apenas uma centena de chineses ficou em Moçambique. As suas atividades culturais e desportivas sofreram uma grave baixa. Apenas neste novo século foram retomadas, graças à devolução, por parte do Estado moçambicano, dos locais onde sempre tinha funcionado o Centro Cultural China-Moçambique e a Escola Chinesa de Maputo (2005) e, também, às atividades ligadas ao Wushu por parte do Mestre Cheng Fu Wang. Mediante um trabalho de observação direta de cerca de um ano, juntamente com entrevistas e conversas informais com os praticantes do Wushu, apresenta-se aqui uma análise do desenvolvimento e das perspetivas desta disciplina em Moçambique. Conclui-se que ela se encontra neste momento fora da fase do puro voluntarismo que a tinha caraterizado até 2014, mas ainda longe de transformar a atual associação em federação, devido à sua concentração na cidade de Maputo.
Palavras-chave: Cultura chinesa, origens, desporto, difusão.

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Publicado

2021-06-01