O «Feitiço do Império»:
a encenação do universo colonial português nas exposições de 1932, 1934 e 1940
Palavras-chave:
Exposições, Representação, Indígenas, Objectificação cultural, Império Colonial PortuguêsResumo
Este artigo centra-se no Estado Novo, nas décadas iniciais de 1930 e 1940. Procura-se analisar o imaginário colonial nacional, a partir da narrativa visual criada em três exposições: a Grande Exposição Industrial Portuguesa de 1932, a I Exposição Colonial Portuguesa, em 1934, e a Secção Colonial da Exposição do Mundo Português, em 1940. Em todas, o Império exibia-se em «miniatura», através de conjuntos de aldeias e habitações típicas das várias colónias, aí se incluindo exemplares da fauna local e indígenas. Esta forma de comunicação visual impunha uma imediatez sensorial que permitia chegar ao grande público, inspirada nas técnicas de encenação de ambientes etnográficos fixadas nos circuitos das grandes exposições desde meados de Oitocentos. Pretende-se, assim, analisar as formas cenográficas expositivas utilizadas, recorrendo ao universo iconográfico daí resultante, de carácter propagandístico — nomeadamente revistas e filmes — no intuito de compreender o processo de objectificação cultural a que foi submetido o universo colonial português.