Chamada de artigos 2022 1.º Semestre

HISTÓRIA – REVISTA DA FLUP - NÚMERO 12 – 1º SEMESTRE, IV SÉRIE, 2022

Dossiê temático: “Religião e Transformação Social”

Data limite de submissão de propostas: 31 de março de 2022

Coordenação do dossiê temático: Helena Osswald e Inês Amorim

A revista admite ainda artigos para as secções Outros Estudos e Recensões críticas.

A revista aceita a publicação nas seguintes línguas: Português, Espanhol, Francês, Italiano e Inglês.

Considerar e avaliar a religião enquanto fator de transformação social é uma questão que continua atual, marcada por uma argumentação que remonta à defesa da articulação entre ética protestante e o sucesso do capitalismo, no norte da Europa, desenvolvida por Max Weber (1864-1920). Tal pressuposto, com seguidores nos nossos dias, vincou o papel da disciplina moral associada a uma ética calvinista e aos efeitos da Reforma Protestante na emergência de uma organização racional do trabalho e do capitalismo comercial e industrial do século XVII em diante.

As propostas de Weber continuam hoje a suscitar intensos debates historiográficos, o que revela o interesse que a questão desperta entre os académicos. Embora reconhecendo a importância desse debate teórico, este dossiê temático procura privilegiar outras dimensões do fenómeno religioso, seja a institucional (toda a experiência de organização de comunidades e territórios, incluindo a das hierarquias funcionais), a intelectual (da teologia à formulação doutrinária), a atitude contemplativa e ativa da vida monástica, conventual e congregacional ou a devocional de leigos e religiosos (conversão interior, espiritualidade e santidade), sempre numa perspetiva de longa duração.

Se, por um lado, interessará analisar as reformas religiosas - movimentos e práticas - e as mudanças que comportam - ideias teológicas e estruturas eclesiásticas - (por vezes lideradas por indivíduos cuja ação importa avaliar), por outro, urge perceber a vida espiritual e as práticas religiosas quotidianas, seja na corte do príncipe ou no estado liberal e republicano (das elites), seja no seio das famílias, dos grupos (confrarias, irmandades, paróquias, etc.) ou de indivíduos, de determinada condição social, idade, sexo (criança/velha; mulher/homem; rural/urbano; leigo/religioso; empregado/desempregado, etc.).

No contexto da Cristandade Latina terá todo o sentido entender as mudanças relacionais no seu seio (católicos, protestantes, ortodoxos), assim como com os “outros” (judeus, muçulmanos) e com todos aqueles que, fora dos circuitos europeus, foram objeto de um projeto de cristianização, o que obriga a analisar a retórica do desejo de criação de uma Igreja Cristã global, os seus mecanismos de ação e os resultados, sem ignorar os movimentos ecuménicos e o seu sentido ético e teológico.

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