Chamada de artigos 2025 1.º Semestre
HISTÓRIA - REVISTA DA FLUP - NÚMERO 15 – 1.º SEMESTRE, IV SERIES, 2025
Dossier temático: "Fronteiras"
Data limite de submissão de propostas: 15 de fevereiro de 2025
Coordenação do dossiê temático:
Cristina Cunha (Faculdade de Letras da Universidade do Porto; CITCEM)
Jorge Ribeiro (Faculdade de Letras da Universidade do Porto; CITCEM)
O conceito fronteira tem sido utilizado em muitos sentidos, e aproveitado para explorar campos de investigação em áreas científicas distintas, tanto das sociais e humanas, como das ciências ditas exatas, sobretudo quando se pretendem abordar as margens de um qualquer tema.
De facto, a evolução do conceito deriva da diferente utilização da própria palavra, desde a Idade Média até aos nossos dias. Lucien Febvre dizia, já nos anos 70 do século passado, que “fronteira” é um termo que só era aplicado no campo militar, e apenas em momentos de guerra (1973), dando como exemplo a situação medieval da Península Ibérica, em que era a fronteira que separava cristãos e muçulmanos. Desde então, diversos investigadores (A. Lewis, R. I. Burns, W. Cronon, G. Jaritz, …) se têm dedicado ao debate sobre o que fronteira tem significado ao longo dos tempos e nos espaços mais variados.
Recentemente, a palavra tem assumido frequentemente o significado de limites (boundaries), ou seja, de fim de uma e início de outra unidade, normalmente territorial, mas podendo também referir-se a outros aspetos da vida social, económica e cultural do Homem. E se na constituição do Estado Moderno foi de primordial importância o estabelecimento de territórios bem definidos, com soberanias próprias. Atualmente o conceito é bastante mais alargado, e implica uma quantidade variável de inter-relações entre duas ou mais partes distintas de um todo mais global. As fronteiras constituem assim um espaço vivo, já que se referem trocas e relações, sejam elas culturais, económicas, militares ou outras.
De facto, o tema fronteira continua a provocar a reflexão da comunidade científica, sobretudo em tempos em que tanto se discutem as permeabilidades culturais e a abertura de territórios a “estrangeiros”. Neste contexto, recorde-se que no inglês americano existem duas palavras, border e frontier que traduzimos para português, bem como para outras línguas, simplesmente como fronteira. A primeira palavra costuma ter o significado clássico de marco entre dois estados ou duas regiões, enquanto a segunda tem o significado de limite entre área inexplorada, ou seja, zona desconhecida em relação à já conhecida e explorada.
Por todas as razões apontadas, o vol.1 de História - Revista da Faculdade de Letras será dedicado aos debates que continuam na ordem do dia, motivados por razões de toda a ordem.
Convidam-se todos os interessados a apresentarem propostas de artigos que abranjam qualquer cronologia e/ou geografia. O objetivo é, precisamente, apresentar ao leitor um conjunto variado de artigos que, lidos no seu conjunto, ofereçam uma perspetiva diversificada sobre a fronteira(s), nomeadamente sobre:
- Fronteiras políticas (regionais, nacionais e internacionais)
- Fronteiras territoriais
- Fronteiras religiosas e/ou religiosas
- Fronteiras culturais e linguísticas
- Fronteiras sociais
- Outras fronteiras
A Revista aceita originais nas seguintes línguas: Português, Espanhol, Francês e Inglês
A Revista admite ainda artigos para as secções “Outros Estudos” e “Recensões críticas”