Propostas (in)convenientes: transpassando a opacidade do discurso sobre a educação financeira na escola

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21747/21833958/red12a11

Palavras-chave:

Discurso, Educação Financeira, Efeitos de sentidos

Resumo

Este trabalho busca apresentar um gesto interpretativo sobre os atravessamentos e direcionamentos do discurso privado, veiculado pelo Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi), e do discurso público, veiculado pelo Ministério da Educação, acerca da Educação financeira na escola, explicitando os efeitos de sentido produzidos nas/pelas propostas em ambos os segmentos (privado e público). Para tanto, recorremos ao dispositivo teórico e analítico da Análise de Discurso, doravante AD, de linha francesa, por meio do qual propomos duas entradas analíticas: em primeiro lugar, de uma imagem presente em uma intervenção do Sicredi voltada a professores(as) e, em segundo lugar, de imagens relacionadas a postagens na página do Instagram do Ministério da Educação do Brasil (@mineducação).

Biografias Autor

Daiana Marques Sobrosa, Universidade Federal de Santa Maria

Mestra em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (2015).
Doutoranda em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (Brasil).

Laura Velasques Gomes, Universidade Federal de Santa Maria

Mestra em Letras pela Universidade Federal da Santa Maria (2019).
Doutoranda em Letras pela Universidade Federal da Santa Maria (Brasil).

Neosane Schlemmer, Universidade Federal de Santa Maria

Mestra em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (2022).
Doutoranda em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (Brasil).

Thaís Costa da Silva, Universidade Federal de Santa Maria

Mestra em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (2020).
Doutoranda em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (Brasil).

Referências

Agamben, G. (2014). O amigo & O que é um dispositivo? Tradução: Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó, SC. Argos.

Brasil. (2022). Ministério da Educação. Conferências sobre educação financeira acontecerão em maio. Portal do MEC. Acedido em 09 de agosto de 2022 em http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/35997.

Brasil. (2020). Decreto N°. 10.393, de 09 de junho de 2020. Institui a nova Estratégia Nacional de Edu-cação Financeira - ENEF e o Fórum Brasileiro de Educação Financeira - FBEF. Brasília: SG. Acedido em 06 de agosto de 2022 em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10393.htm.

Brasil. (2022). Estratégia Nacional de Educação Financeira. Conceito de Educação Financeira no Brasil. Acedido em 16 de agosto de 2022 em https://www.vidaedinheiro.gov.br/educacao-financeira-no-brasil/?doing_wp_cron=1660671805.4401669502258300781250#:~:text=Segundo%20a%20 OCDE%20(2005)%2C,necess%C3%A1rios%20para%20se%20tornarem%20mais.

Courtine, J.-J. (1981). Analyse du discours politique. Langages. 62, 9-128.

Dias, C. (2016). A materialidade digital da mobilidade urbana: espaço, tecnologia e discurso. Línguas e Instrumentos Linguítiscos. 37, 157-175. Acedido em 08 de agosto de 2022 em http://www.revistalinguas.com/edicao37/artigo7.pdf.

Dias, C. (2020). “Como navegar”: texto e espaço na ordem do discurso digital expográfico. Revista Rua. 26 (2), 615-630. Acedido em 08 de agosto de 2022 em https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8663469/25583.

Fernandes, C; Vinhas, L L. (2019). Da maquinaria ao dispositivo teórico-analítico: a problemática dos procedimentos metodológicos da Análise do Discurso. Linguagem em (Dis)curso - LemD, 19 (1), 133-151. Acedido em 08 de agosto de 2022 em https://doi.org/10.1590/1982-4017-190101-DO0119.

Freire, P. (1997). Educação “bancária” e educação libertadora. In: PATTO, M. H. S. (Org.) Introdução à Psicologia escolar. 3a edição. São Paulo: Casa do Psicólogo, pp. 61-78.

Gadet, F; Pêcheux, M. (2004). A Língua de Marte. In: A língua inatingível: o discurso na história da linguística. Campinas: Pontes Editores, pp. 93-104.

Grigoletto, E. (2021). Sou mulher de verdade, empoderada, feminina: a identificação de gênero entre os engodos ideológico e tecnológico. Leitura, 69, 187-205. Acedido em 06 de agosto de 2022 em https://www.seer.ufal.br/index.php/revistaleitura/article/view/11264/8613.

Indursky, F. (2011). A memória na cena do discurso. In: F. Indursky; S. Mittmann & M. C. L. Ferreira (Orgs.). Memória e história na/da análise do discurso. Campinas, Mercado das Letras, pp. 67-88.

Modesto, R. (2021). Os discursos racializados. Revista da Abralin, 20 (2), 1-19. Acedido em 07 de agosto de 2022 em https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1851.

Orlandi, E. (1996). Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. 5a edição. Petrópolis: Vozes.

Orlandi, E. (1998). Paráfrase e polissemia: a fluidez nos limites do simbólico. Revista Rua, 4, 9-19. Acedido em 10 de agosto de 2022 em https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8640626/8177.

Orlandi, E. (2011). Análise de Discurso: princípios e procedimentos. 8a Edição. SP: Pontes Editores.

Pêcheux, M. (1999). Papel da Memória. In: P. Achard; et al. Papel da Memória. Tradução: José Horta Nunes. Campinas, SP: Pontes Editores, pp. 49-57.

Pêcheux, M. (2014). Análise automática do discurso (AAD-69). In: F. Gadet & T. Hak (Orgs.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Tradutores Bethania S. Mariani... et al.) 3a edição. Campinas: Editora da UNICAMP, pp. 61-163.

Pêcheux, M. (2019). Análise automática do Discurso. Tradução: Eni Puccinelli Orlandi e Greciely Costa. Campinas, SP: Pontes Editores.

Petri, V. (2004). Imaginário sobre o gaúcho no discurso literário: da representação do mito em Contos Gauchescos, de João Simões Lopes Neto, à desmitificação em Porteira Fechada, de Cyro Martins. Tese (Doutorado em Letras) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.

Petri, V. (2013). O Funcionamento do movimento pendular próprio às análises discursivas na construção do “dispositivo experimental” da Análise de Discurso. In: V. Petri & C. Dias (Orgs.). Análise do Discurso em perspectiva: teoria, método e análise. Santa Maria: Editora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), pp. 39-48.

Pfeiffer, C; Grigoletto, M. (2019). Reforma do Ensino Médio e BNCC: divisões, disputas e interdições de sentidos. Revista Investigações, 31 (2), 7-25. Acedido em 10 de agosto de 2022 em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/INV/article/view/237561/31068.

Sicredi. (2022). Sistema de Crédito Cooperativo. Sobre nós. Quem somos. Acedido em 07 de agosto de 2022 em https://www.sicredi.com.br/site/sobre-nos/.

Silva Sobrinho, H. F. (2019). O caráter material do sentido e as classes sociais: uma questão para a Análise do Discurso. Polifonia, 26 (43), 130-150. Acedido em 07 de agosto de 2022 em https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/8307

Instagram. (2022). Educação Financeira dos jovens brasileiros. Ministério da Educação. Perfil Oficial do Ministério da Educação - @mineducação. 20 jul. 2022. Acedido em 01 de agosto de 2022 em https://www.instagram.com/p/CgP0kzFD9ub/.

Instagram. (2022). Importância da educação financeira. Ministério da Educação. Perfil Oficial do Ministério da Educação - @mineducação. 29 jul. 2022. Acedido em 01 de agosto de 2022 em https://www.instagram.com/p/CgmBqPcsNmj/.

Downloads

Publicado

28-09-2023

Como Citar

Sobrosa, D. M., Gomes, L. V., Schlemmer, N., & Silva, T. C. da. (2023). Propostas (in)convenientes: transpassando a opacidade do discurso sobre a educação financeira na escola. Redis: Revista De Estudos Do Discurso, (12), 296–329. https://doi.org/10.21747/21833958/red12a11