Como dá a ficção conta das trocas reais orais?

Autores

  • Isabel Margarida Duarte Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP)

Resumo

O objetivo deste trabalho é dar conta de como, num conjunto de sete obras de ficção narrativa, consideradas verosímeis quanto ao realismo da linguagem coloquial utilizada, sobretudo nas falas de personagens, mas não só, se trabalha literariamente algumas características dos discursos orais informais. A pesquisa parte do levantamento de dez traços próprios do oral, recolhidos num pequeno corpus em construção, constituído por transcrições ortográficas de produções orais informais, e procura fenómenos homólogos, num conjunto de narrativas portuguesas de teor oralizante. Conclui-se (1) que são necessários mais trabalhos de descrição linguística pragmática do discurso oral, em Português Europeu; (2) que mesmo narrativas que buscam a verosimilhança, introduzindo instruções de orali-zação várias para produzir um “efeito de real”, estão, por questões de legibilidade, afastadas das características do discurso oral real, que não podem por natureza assumir. O que fazem é recriar, estilizando-os, alguns dos traços mais salientes desse discurso que procuram mimetizar.

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Publicado

01-12-2012

Como Citar

Duarte, I. M. (2012). Como dá a ficção conta das trocas reais orais?. Redis: Revista De Estudos Do Discurso, (1), 39–54. Obtido de https://ojs.letras.up.pt/index.php/re/article/view/3599

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